Joaquim Lavado é QUINO, criador da querida e contestadora Mafalda. |
O local escolhido para receber a exposição foi a Praça das Artes, espaço que atualmente abriga parte da administração do Theatro Municipal de São Paulo, e os conservatórios de dança e música.
A curadoria da exposição e montagem, pertence ao Museu Barrilete (Museu das crianças) de Córdoba na Argentina, em parceria com a secretaria de cultura da cidade de São Paulo.
A formação do educativo, foi atribuída a empresa “Limão produções culturais”, que selecionou arte-educadores, das áreas de História, Letras, Artes cênicas, Artes visuais, Filosofia, Ciências Sociais e Jornalismo, para atuar na monitoria de visitas de escolas e público espontâneo.
A exposição oferecia entrada gratuita e ficava aberta ao público de segunda à segunda. “O mundo segundo Mafalda”, encerrou-se dia 15/03/15.
Sobre o educativo da exposição, trabalhávamos com material didático fornecido pelo Museu das Crianças, que consistia na contextualização histórica da personagem, com informações de seu criador (Quino); junto com informações técnicas de histórias em quadrinhos, além de aspectos e posições ideológicas que a personagem manifestava através de seus diálogos.
A parte mais importante do trabalho, era o atendimento a grupos de escolas e faculdades que procuravam a monitoria com os educadores, no intuito de obterem uma formação histórica e crítica sobre o assunto.
Sopa: uma alusão aos regimes militares na Argentina. |
As visitas monitoradas tinham a duração de 1h30, onde era apresentado o personagem para os grupos, em um processo que envolvia questionamentos e debates, principalmente quando eram apresentadas as temáticas abordadas pela personagem Mafalda, como: política, feminismo, repressão, infância, guerra, meio ambiente e outros temas do cotidiano humano.
Um dos ambientes onde sempre havia um padrão de atenção e interesse, era um espaço que reconstruia um apartamento de classe média argentina nos anos 60, onde os alunos observavam como a tecnologia (TV e telefone) estavam desconfigurando os lares tradicionais e incorporando um novo estilo de vida na sociedade argentina.
Após a visita expositiva, cada educador tinha a liberdade de elaborar oficinas envolvendo a criação de histórias em
quadrinhos, produções de textos e dinâmicas lúdicas com os grupos.
A faixa etária dos alunos atendidos variava: de crianças da pré-escola, fundamental I e II, ensino médio, faculdades, ONGs, centros de convivência e grupos de idosos; sendo essas instituições públicas e privadas.
Colégio São Judas Mooca, março 2015. |
No geral, a atividade como educador era muito prazerosa, pois a temática abordada nos ajudava a conduzir uma visita lúdica, mas ao mesmo tempo educativa, crítica e questionadora com os alunos.
O trabalho dos arte-educadores demonstra como é importante a educação informal como complementação a sala de aula. Assim como, percebemos que os eixos temáticos que apresentávamos para os alunos, eram os mesmos usados na escola, porém sobre uma abordagem diferente da “oficial”.
Por: Raysa Matelini.